Como aumentar a empregabilidade no século XXI

Vicente Nogueira Filho*

O desafio de aumentar a empregabilidade passa por uma revisão nos métodos de ensino superior.

Esse desafio, vale dizer, não é apenas nosso, no Brasil.

Em todo o mundo, cada vez mais, as empresas procuram profissionais que têm habilidades avançadas de resolução de problemas, pensamento crítico e empreendedorismo e criatividade.

É exatamente o que disse o ex-presidente americano, Barack Obama, em discurso sobre uma educação completa e competitiva à Câmara Hispânica de Comércio, em 10 de março de 2009.

Na oportunidade, ele pediu às autoridades educacionais dos estados que desenvolvessem padrões e avaliações para medir se os alunos possuem as habilidades do século XXI. Acompanhe:

“Estou pedindo aos Governadores e Chefes de Educação dos estados de nossa nação que desenvolvam padrões e avaliações que não meçam simplesmente se os alunos podem preencher uma bolha em um teste, mas se eles possuem as habilidades do século XXI, como resolução de problemas, pensamento crítico, empreendedorismo e criatividade.

É partindo desse entendimento que, neste artigo, trago uma reflexão sobre como nossos cursos e instituições estão preparando profissionais para o mercado.

Trata-se de um tema de especial interesse para empresas preocupadas com o desenvolvimento de seus funcionários e cientes de que o desempenho individual se reflete nos resultados.

Boa leitura!

Os graduados estão com dificuldades de conseguir emprego

O crescimento exponencial da taxa de mudanças, observado nas últimas décadas, vem aumentando a complexidade dos problemas e provocando a obsolescência acelerada de conteúdos ensinados nas universidades.

Desde o final do século passado, as organizações vêm considerando que as habilidades técnicas, necessária para seu funcionamento, podem ser desenvolvidas internamente.

Assim, estão procurando contratar profissionais que possuem as competências comportamentais (soft skills) de criatividade, pensamento crítico, trabalho em equipe e resolução de problemas complexos – aquelas defendidas no discurso de Obama.

O bloqueio da criatividade no ensino básico

Sobre a criatividade, é importante citar a pesquisa realizada pela NASA, a Agência Espacial Americana, a partir de um teste utilizado para medir o potencial criativo dos candidatos a astronautas e engenheiros.

Os autores desse experimento resolveram aplicá-lo em 1.600 crianças de cinco anos – e 98% delas conseguiram a nota máxima.

Depois, eles decidiram fazer um estudo longitudinal e dar ao mesmo grupo de crianças um novo e idêntico teste depois de cinco anos, quando elas estavam no Ensino Fundamental – e o resultado caiu para 30%.

O estudo voltou a ser repetido cinco anos depois no mesmo grupo, quando os envolvidos estavam no Ensino Médio – e o resultado foi de apenas 12%.

Baseado nesses resultados, os pesquisadores decidiram aplicar o teste em mais de um milhão de adultos e, então, somente 2% deles pontuaram no nível máximo.

Pesquisa NASA tela

Com isso, ficou constatado que o sistema de ensino em sala de aula, criado no início da Revolução Industrial para preparar mão-de-obra obediente e sem criatividade para as linhas de montagem das fábricas, mesmo depois de dois séculos, ainda continua bloqueando a capacidade de criar e de inovar dos alunos.

A ausência de controle da aprendizagem

Este sistema de ensino, no qual um professor transmite informações sobre determinado conteúdo a um grupo heterogêneo de alunos, tendo o apoio de uma série de exercícios, gera uma aprendizagem aleatória.

Assim, de acordo com a distribuição normal de Gauss, os alunos podem ser classificados em três grupos:

  • 16% aprendem quase todo o conteúdo
  • 68% aprendem cerca da metade
  • 16% não aprendem quase nada.

Essa metodologia de ensino provoca elevadas taxas de reprovação.

Por essa razão, grande parte dos alunos que iniciam o Ensino Fundamental não consegue concluir o Ensino Médio – e só os melhores classificados ingressam nas universidades.

Como o Ensino Superior utiliza o mesmo processo de aulas expositivas, ocorrem muitas desistências.

Aqueles que conseguem passar as barreiras impostas por esse sistema “industrial de ensino”, e obtêm um diploma de nível superior, serão profissionais com média ou pouca criatividade – portanto, com baixo potencial de empregabilidade.

A utilização de ensino a distância inferior ao presencial

No final do século XX, algumas universidades de países desenvolvidos começaram a utilizar um novo sistema de ensino.

Elas faziam uso de gravações de vídeos de 15% das aulas presenciais, transmitidas via satélite ou internet, na base de três horas semanais.

Considerando 20 semanas de ensino por semestre, os alunos assistiam 60 horas de vídeo, o que correspondia ao número de horas de uma disciplina.

Já os 85% restante dos conteúdos eram entregues em livros ou apostilas impressas, sem nenhum controle do processo ensino-aprendizagem.

As aulas de vídeos eram assistidas em empresas comerciais terceirizadas, que aplicavam as provas de múltipla escolha recebidas das universidades e informavam as notas dos alunos pelo correio ou pela internet. 

Quando constatado que esse sistema era de qualidade muito inferior ao dos cursos presenciais, e que estava prejudicando a empregabilidade dos graduados, ele foi abandonado nos países desenvolvidos.

Apesar disso, é o sistema mais utilizado no Brasil devido aos seus custos irrisórios.

Criação de um novo sistema de ensino aprovado pelo MEC

Para formar profissionais com o novo perfil exigido pelo mercado, foi criada a Associação Internacional de Educação Continuada (AIEC).

Assessorada por especialistas internacionais, a instituição desenvolveu um curso de Administração com uma nova plataforma inédita de ensino via internet.

Ela é baseada em aulas invertidas, que permite acompanhar online a aprendizagem de cada aluno durante todo o curso.

Pedagogia é para ensinar crianças, não serve para ensinar adultos

Para criar as disciplinas desse curso, foram contratados especialistas, com doutorado ou mestrado, que só iniciaram o desenvolvimento dos materiais didáticos depois de serem devidamente treinados na utilização da andragogia, a ciência de ensino e aprendizagem de adultos.

A andragogia vem do grego: “andros” = adulto e “gogos” = ensinar.

Ela surge em substituição à pedagogia (do grego: “paido” = criança e “gogos” = ensinar), que ainda é usada no Ensino Superior, nos livros didáticos e apostilas, com baixo rendimento para adultos.

Esses especialistas, assessorados por profissionais da área gráfica e de informática, levaram cerca de quatro anos desenvolvendo as 42 disciplinas do curso de Administração.

Todas elas foram estruturadas em módulos semanais e, para cada módulo, foram preparados dezenas de testes para a avaliação individual da aprendizagem.

Baseadas nas sugestões dos alunos e professores, durante os primeiros cinco anos de utilização de cada disciplina, foram introduzidas melhorias contínuas nos módulos e nos respectivos testes.

Todas as 8.508 telas, dos 588 módulos das disciplinas desse curso, têm os direitos autorais devidamente registrados na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

Funcionamento dos oito semestres do curso

Os alunos têm acesso às disciplinas pela internet e, ao concluir o estudo de cada módulo semanal, há os exercícios, em que o software seleciona aleatoriamente um conjunto de perguntas de banco de teste para o estudante responder.

Quando ele completa as respostas, o programa informa a nota que ele tirou e indica as questões que ele errou, com os números das telas onde se encontram o respectivo conteúdo.

O aluno, além de poder retomar o estudo desse conteúdo, pode repetir o teste com novas questões aleatórias quantas vezes desejar, visando aumentar a nota, que faz parte do sistema de avaliação.

Nos seis primeiros semestres, os estudantes trabalham em pequenos grupos, virtualmente e em encontros presenciais.

A estratégia busca aperfeiçoar as decisões lógicas, desbloquear a criatividade e resolver problemas complexos usando estudos de casos, nos moldes da Universidade de Harvard.

Já nos dois últimos semestres, como Trabalho de Conclusão do Curso – TCC, visando dar alguma experiência profissional exigida pelo mercado, cada pequeno grupo faz consultoria presencial gratuita em uma empresa na sua cidade.

O trabalho tem a orientação dos professores das diversas áreas, desenvolvendo planos de negócios junto com os empresários.

Mais de 1.000 pequenas e médias empresas já foram beneficiadas com esses projetos e muitos dos alunos foram contratados como consultores.

Os professores devem vivenciar o processo

Todos os professores selecionados para coordenar o ensino das disciplinas, mesmo os que tinham mestrado ou doutorado no exterior, foram convidados e fizeram o curso de Administração.

O objetivo foi vivenciar a nova metodologia, aprender a coordenar as discussões de estudos de casos, desbloquear a própria criatividade e indicar melhorias nos conteúdos e nos respectivos testes de avaliação.

O uso de mapas conceituais no ensino a distância

Em 2019, os professores da AIEC foram treinados na utilização de mapas conceituais no ensino a distância.

Para tanto, foi utilizada a nova disciplina de “Formação de Líderes” (246 telas), que agora faz parte do primeiro semestre de todos os cursos de graduação e pós-graduação da AIEC.

O primeiro módulo dessa disciplina, denominado “Teorias Motivacionais” (16 telas) está disponível, sem custo, em aula1.

A aprendizagem se vale de mapas conceituais baseados nas relações entre as variáveis, que utiliza a memória em longo prazo, onde os conhecimentos adquiridos permanecem por tempo indeterminado.

Assim, ela é muito superior à aprendizagem linear, encontrada nas aulas expositivas e nos livros didáticos, que utiliza a memória em curto prazo, onde conhecimentos são esquecidos rapidamente depois das provas.

A aceitação da nova metodologia de ensino

Em 2001, o “Projeto do Curso de Administração a Distância da AIEC” foi aprovado e autorizado pelo MEC – naquela época, era obrigatório fazer um projeto de ensino a distância.

Já em 2004, recebeu a Certificação Internacional de Qualidade ISO 9001 no processo ensino-aprendizagem e, em 2005, foi conferido o reconhecimento do MEC.

Esse curso, com mais de 7.000 graduados no Brasil, Angola e Japão, além de formar futuros dirigentes e empreendedores, vem sendo muito procurado por diretores de Recursos Humanos de organizações diversas.

Entre elas, Banco do Brasil, Petrobrás, Vale, Caixa Econômica, Banco do Nordeste, Eletronorte, Correios e Telégrafos, Infraero, Norberto Odebrecht, Banco Bradesco, Carrefour, Jari Celulose, Tetra Pak, Camargo Corrêa, Banco Nacional de Angola, Sonangol e Linhas Aéreas de Angola.

Conclusão

Os resultados mostram que a aceitação do curso é total.

Mas não apenas isso: a metodologia utilizada, comprovadamente, vem oferecendo ao mercado profissionais qualificados, com as habilidades desejadas e, dessa forma, com maior empregabilidade.

Se esse é também o seu objetivo, você está convidado a visitar a página do Bacharelado em Administração, conhecer detalhes sobre a grade curricular e garantir sua inscrição.

* Vicente Nogueira Filho é Doutor em Engenharia de Produção, especializado na Alemanha e no Japão. E-mail: presidente@aiec.br

3 thoughts on “Como aumentar a empregabilidade no século XXI”

  1. O mundo precisava duma visão ilimitada, visão esta que AIEC adotou e tomou, embora precisando mais…
    Ensino a distância antes menosprezado hoje e em diante poderá ser uma das vias mais simples e convicta a seguir.
    Liberdade, confiança.
    Metodologia que obriga o formando a ler a pesquisar.
    Agradeço e muita coragem professor Nogueira.

  2. Penso que o estudo a Distância irá revolucionar o mundo e não só muda totalmente o pré-conceito que as pessoas têm sobre Educação.

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